quarta-feira, 30 de setembro de 2009

[8] O Nicodemus do nosso tempo

Sempre que olho para Marinho Pinto, logo me lembro de Nicodemus, famoso fariseu de Jerusalém que com José de Arimateia, seu colega também, conseguiram ver a luz e se salvaram, ao contrário dos seus hipócritas e cínicos colegas fariseus do sinédrio que se condenaram. Antes de mais, devo dizer que eu não sou igual a Ele, porque Ele é o meu Deus e o meu Senhor, mas, isso já posso, pensar como ele pensava e falar como ele falava. Avancemos então 2000 anos e vamos hoje conhecer aqueles que são os cínicos e hipócritas fariseus do nosso tempo, desde sempre aliás e em quem nunca devemos confiar a 100%, que são os advogados.



Marinho Pinto, não te conheço pessoalmente, não sei se és da esquerda ou da direita, se estás encostado a alguém ou não, apenas sei que tens que ter defeitos e coisas boas, como todos nós, mas a imagem que tenho de ti, é a de seres um homem bom, pois já te vi e ouvi várias vezes, na televisão, e vê-se no teu olhar, serenidade e sinceridade, por isso, aprovo aquilo que dizes em favor dos pequeninos. Pena é, seres o chefe daqueles que são hipócritas, falsos e em quem não se deve confiar, pois estas palavras e afirmações ouvi-as de vós mesmos, não há melhor espelho, do aquele que reflecte as vossas atitudes, e não digo tudo aquilo que vós dizeis uns dos outros e daqueles que já fugiram deste pobre país. Uma vez, um advogado no Porto, disse-me que nunca foi ou seria ingénuo, como ele estava enganado, coitado, sabe que está enganado e que é ingénuo, mas mentindo, diz que não o é. Como me lembro de uma advogada, colega vossa, que numa televisão disse há tempos atrás, meio envergonhada antes ou durante um debate, já não me lembro, que sabia que nós (vós) tinhamos uma fama terrível. Ao menos esta advogada, nisto, foi sincera, por isso, não perderá a sua recompensa.

Em muitas discussões que vi na tv, em que vós estais presentes como convidados, quer em entrevista em plena rua, seja neste julgamento ou naquele processo, vi nos olhos dos vossos mais ilustres, manha, cinismo, prepotência, falta de sinceridade, enfim, aquilo que vós sabeis de vós mesmos e aquilo que as pessoas sabem e dizem quando falamos sobre vós em meio duma conversa. Há cerca de 15 anos atrás, uma advogada de Matosinhos, disse-me, "olhe, infelizmente aquilo que disse não acontece, porque nos tribunais, na maior parte das vezes, o que vence é a mentira e a hipocrisia, seja por nossa parte, advogados, seja também por parte das testemunhas, dos arguidos e até dos próprios juízes". Eu podia, pela minha cabeça, acrescentar mais alguma coisa, mas não é necessário, estas palavras da advogada, bastam, dizem tudo. Ficaram-me gravadas para sempre na minha memória e não as esqueço, não porque me convém, mas porque são verdade, como eu e todos constatamos. Por isso, não confiei no passado, não confio hoje, nem nunca CONFIAREI no futuro em vós, porque sei que vos está no sangue este tipo de comportamento, não haverá regeneração entre vós, ao ponto da sinceridade e da verdade, ser ponto de honra na vossa conduta, ou então um de vós deixar de exercer a advocacia, por não conseguir deitar na almofada à noite, a sua consciência nada tranquila. Aqui, tenho a certeza, que eu e muitos outros, não vamos ser ingénuos e entregar (confiar) o "ouro" ao bandido.

Pensem bem nisto, que género de pessoas são estas, que aceitam mentir para ganhar um julgamento ou um contrato, que promovem além da mentira e outras ilegalidades contra e a favor de testemunhas, de arguídos, da sociedade, das empresas, grupos económicos e de outras entidades, como por exemplo o Estado. Não foi ontem e hoje, que se viu na TV portuguesa, visitas judiciais em sociedades de advogados investigadas em matéria criminal. Vejam este exemplo que pode ser tão comum. O senhor x mata uma pessoa em plena rua e há testemunhas, sabe que matou e que é um assassino, depois vai a julgamento e perante o juiz, diz que não matou, aconselhado pelo seu fariseu (perdão, advogado), que argumenta ser o seu CLIENTE, a pessoa mais séria no mundo logo a seguir ao papa, depois de manipular as testemunhas que se lhe opõem, e o seu opositor, também em julgamento, é acusado de homicídio qualificado, pese embora o esforço do seu advogado. Na tarde do dia seguinte, estes dois advogados almoçam num restaurante belle époque (ontem ganhei eu, amanhã ganhas tu), depois de uma boa dormida na noite anterior, enquanto que um inocente, chora lágrimas de dor e raiva por entre as grades da prisão, e o outro, prepara-se para dar serviço a outro ilustre advogado. Mais um dia passa e a vida continua, ocorre um processo em que este advogado, influencia da pior maneira, e assim sucessivamente uma vida inteira com manobras laterais e subterrâneas de todo o tipo de interesses. Isto meus amigos, já aconteceu, acontece e infelizmente vai acontecer ainda mais vezes.

É todo este tipo de comportamentos que esta gente pratica e que as pessoas aceitam que pratiquem, porque, eles são parte da justiça, dos homens digo eu, porque na de Deus, haverá entre eles, gritos de horror e pedidos de clemência na hora do julgamento, porque estes fariseus do nosso tempo sabem que este julgamento, não é igual ao dos homens.


Por isso, te digo novamente, Marinho Pinto, não estás longe do reino dos céus...

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